Uma das personagens mais marcantes do filme Nemo é a Dory, peixe cuja memória não durava mais do que um punhado de segundos.
A nossa reação ao assistir cenas com ela costuma ser de riso, naturalmente. Mas o que quase ninguém se dá conta é que a Dory, na prática, é uma profetização do nosso próprio futuro (ou presente).
Veja: na vida real, a memória de um peixinho dourado dura apenas 9 segundos. É o tempo, por exemplo, dele ir de um lado a outro do aquário e esquecer completamente que estava lá, continuando indefinidamente a nadar sem jamais morrer de tédio.
OK – mas o que isso tem a ver com a gente?
No ano 2000, o tempo médio que uma pessoa conseguia se manter concentrado em algo era de 12 segundos. A partir daí ela já começava a se perder por entre outros pensamentos, lembranças e coisas do gênero. Pouco?
Pois é. Em 2013, esse tempo de concentração caiu para 8 (isso mesmo, OITO) segundos. Em média, a espécie humana consegue prender a sua concentração por menos tempo que um peixinho dourado.
Um levantamento do National Center for Biotechnology Information, dos Estados Unidos, trouxe também outros dados bem interessantes:
- 25% dos jovens esquecem, completamente, detalhes importantes da vida de familiares e amigos mais próximos
- 7% de todas as pessoas esquecem, ocasionalmente, a própria data de aniversário (!)
- Um profissional checa a sua caixa de emails no trabalho, em média, 30 vezes POR HORA
- Em média, só 28% do conteúdo de uma página Web normal (com 593 palavras) é lida
O que isso tudo significa? Que prender a atenção de qualquer um hoje, em meio ao caos de informação que caracteriza a vida moderna, está longe de ser uma tarefa simples.
E, claro, esperar que todo um público-alvo consiga captar e interpretar direito uma mensagem minimamente complexa, seja uma propaganda ou mesmo uma notícia, é algo surpreendentemente frustrante.
Talvez essa seja a próxima grande missão dos estrategistas de plantão: aprender a fisgar peixinhos dourados.